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Pesquisa aponta maior otimismo quanto ao mercado de trabalho desde o início da pandemia

Sondagem trimestral da Robert Half registra melhora das perspectivas de profissionais e recrutadores sobre cenário atual e futuro do mercado.

 

A 19ª edição do Índice de Confiança Robert Half, estudo trimestral que mede a percepção dos profissionais qualificados em relação ao mercado de trabalho e à economia, aponta aumento na confiança dos colaboradores após registro de queda no último trimestre.

Ao avaliar o momento presente, dos 100 pontos possíveis, o índice alcançou 35,5, avanço de 1,4 ponto na comparação com os 34,1 registrados em dezembro. Isso significa que, mesmo abaixo do patamar otimista (acima dos 50 pontos), trata-se do melhor índice para a situação atual desde o início da pandemia, em março de 2020 – nesse caso, o índice foi lançado antes do início oficial da quarentena.

Na mesma tendência, a expectativa para a situação futura apresentou ligeiro crescimento, de 48,6 para 48,8 pontos, mas bem longe do índice registrado em março de 2020 (56,7).

Índice de confiança Robert Half — Foto: Economia g1

Índice de confiança Robert Half —

O Índice de Confiança Robert Half abrange três categorias: profissionais empregados, profissionais desempregados e recrutadores. Em relação ao momento presente, os indicadores subiram em todas elas, o que representa um mercado mais confiante com o avanço da vacinação e o relaxamento das restrições sanitárias.

De forma semelhante, o índice para o futuro acompanhou o fluxo de redução do pessimismo entre empregados e recrutadores. Apenas os profissionais desempregados apresentaram piora na expectativa para os próximos seis meses. O destaque, no entanto, ficou com o grupo dos recrutadores, que já estava no patamar otimista (51,5) e, ainda assim, elevou sua confiança para 52,0, um bom sinal para o mercado de trabalho, pois indica a abertura de vagas, com novos projetos saindo da gaveta.

“Na edição anterior do estudo, finalizamos 2021 com incertezas e a confiança em relação ao que estava por vir, em queda. Atualmente, o cenário se apresenta mais positivo, tanto para o presente quanto para o futuro, mas não podemos negar que há muitos desafios a serem superados”, analisa Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul.

Segundo ele, há um fator peculiar: 2022 é um ano de eleições, “o que coloca muita gente em compasso de espera”.

Consolidação do modelo híbrido

 

O modelo de trabalho híbrido se consolidou como uma das principais tendências do mercado de trabalho, nos segmentos e nas posições em que é viável. O panorama das empresas brasileiras neste início de ano mostra que 50% das companhias estão atuando em modelo híbrido; 28% estão em modelo 100% presencial; e apenas 8% seguem em home office integral. Além disso, 13% das empresas entrevistadas ainda não contam com uma definição, pois optaram por realizar ajustes conforme os rumos da pandemia.

Veja o índice de exigência de dias no escritório dentro do modelo híbrido, segundo as empresas:

  • Colaborador pode escolher quantos dias prefere trabalhar no escritório: 39%
  • 4 dias na semana: 27%
  • 2 dias na semana: 16%
  • 3 dias na semana: 12%
  • 1 dia na semana: 6%

Para 73% dos recrutadores, uma das consequências da evolução dos modelos flexíveis foi a possibilidade de contratar profissionais de outras localidades. Eles afirmam considerar candidatos de outras cidades ou países para o preenchimento de vagas – 29% disseram avaliar candidatos de fora, mas sem oferta de apoio para mudança de cidade; 22% consideram esses profissionais apenas para o trabalho remoto; e 21% oferecem assistência para a mudança.

Mão de obra qualificada é desafio

 

De acordo com 74% dos recrutadores entrevistados, encontrar profissionais com os requisitos técnicos e comportamentais necessários para o preenchimento das vagas em aberto está difícil ou muito difícil. Na percepção de 65% deles, o cenário não deve mudar nos próximos seis meses, enquanto 25% acreditam que a busca ficará ainda mais difícil.

Segundo idioma torna currículo mais competitivo

 

A falta de fluência em um segundo idioma continua sendo uma barreira de contratação de profissionais com excelentes perfis e habilidades técnicas. A pesquisa mostra que 42% das empresas exigem dos profissionais fluência ou nível avançado em outra língua. Em resposta, do lado dos profissionais empregados, 63% afirmam possuir domínio em um segundo idioma. Entre os desempregados, o índice de fluência alcança 52%. Os três idiomas mais falados são inglês, espanhol e francês.

 

Os profissionais que trabalham por períodos determinados acompanharam os recrutadores na perspectiva otimista em relação ao futuro e alcançaram 55,2 pontos nesta edição do índice.

Mesmo abaixo dos 50 pontos ao avaliar os dias atuais, 52% dos entrevistados indicaram que a oferta de empregos por projetos temporários aumentou ao longo dos últimos seis meses, e 89% consideram que a experiência de trabalhar como temporário gera impactos positivos na carreira.

Na visão deles, as quatro principais vantagens são adquirir experiência (56%), networking (52%), contato com ferramentas novas (37%) e oportunidade de efetivação (37%).

A 19ª edição do ICRH é resultado de uma sondagem conduzida pela Robert Half entre 1º e 25 de fevereiro de 2022, com base na percepção de 1.161 profissionais, igualmente divididos em três categorias: recrutadores (profissionais responsáveis por recrutamento nas empresas, ou que têm participação no preenchimento das vagas); profissionais qualificados empregados; e profissionais qualificados desempregados (com 25 anos ou mais e formação superior).

Robert Ralf

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