É por isso que dentre os temas mais importantes para se desenvolver com toda a liderança está a gestão de conflitos.
A prevenção ou a ação rápida evitam o desgaste do clima entre o time, que torna as pessoas mais dispersas, desmotivadas, estressadas e individualistas, logo os indicadores-chaves de desempenhos, aos poucos, capturam um quadro negativo exigindo mudanças.
Alguns pontos importantes para levar em conta na hora de criar um bom modelo de gestão de conflitos:
- • Comunicação com transparência e empatia
É a chave como ferramenta de prevenção para esse tipo de problema. Quanto mais a sua cultura reflete nesses fatores, mais o negócio, como um todo, tende a resolver pequenos conflitos de forma rápida, não deixando que fiquem grandes e que gerem super crises.
- • Identificar o real motivo do conflito
No calor do momento é comum que o problema vá se transformando em outros e você fique com a visão embaçada e não consiga discernir as coisas. É muito importante respirar e buscar entender a causa raiz sem levar para o lado pessoal. Além disso, escute todos os envolvidos.
- • Enfrente a situação
Uma vez entendido o que está causando desconforto, enfrente o conflito de frente, nada de deixar de lado. Chame as pessoas envolvidas para uma conversa franca e imparcial, promova a importância da transparência e da empatia para de fato, resolver o problema e facilitar a comunicação. Lembre-se: um negócio é formado por pessoas adultas.
- • Estabeleça um plano de ação
Dependendo da gravidade do problema, só a conversa não será o suficiente, por isso, saia da reunião com um plano de ação claro e um prazo para resolução. Assim, todo mundo vai saber o que está sendo feito para o problema não voltar a acontecer e aumentar o engajamento entre o time.
Crie um ambiente adequado
Como ponto extra, é importante ter em mente que a forma como você deve lidar com conflitos é o reflexo da cultura e vice-versa, dado que se não seguir o que prega, a cultura será desvirtuada e desacreditada. Por isso, crie um ambiente com os incentivos corretos, com uma cultura forte que valorize a comunicação transparente com empatia. Isso vai te ajudar a prevenir conflitos e a lidar com mais facilidade quando eles existirem.
Uma vez que a gestão de conflitos envolve a manutenção de um clima organizacional positivo, a sua prática é extremamente vantajosa para as empresas, levando ao aumento da produtividade, motivação e engajamento, desenvolvimento do time e melhor trabalho em equipe.
Uma outra ferramenta de autoconhecimento e também de conflitos que gosto de usar é a Comunicação Não Violenta (CNV), um processo de pesquisa contínuo, desenvolvido pelo psicólogo americano, Marshall Rosenberg. Ela nos ajuda a reformular a maneira pela qual nos expressamos e ouvimos os outros. Nos levando a expressar nossas necessidades com honestidade e clareza, ao mesmo tempo que damos aos outros uma atenção respeitosa e empática.
Quando utilizamos a comunicação não violenta, para ouvir nossas necessidades mais profundas e as de outras pessoas, percebemos os relacionamentos por um novo enfoque. E ela se desenvolve em 4 pilares: observação, sentimento, necessidade e pedido.
Ou seja, primeiro você observa o que de fato está acontecendo, depois analisa como se sente a respeito e, após identificar os sentimentos, você reconhece quais são as suas necessidades que estão ligadas a esse sentimento e, por fim, faz um pedido específico em relação ao que precisa.
Sem violência e sem julgamentos
A ideia da CNV é justamente organizar nossos pensamentos, sentimentos e necessidades, para nos comunicarmos sem violência e julgamentos. Pensando em um time, é de grande importância ter o feedback constante, mas se for feito de forma violenta, nenhuma das partes vai colher frutos.
Pequenas mudanças na forma que nos comunicamos podem fazer a diferença na hora de expressar e de dar um feedback, ou de até mesmo colher resultados para a empresa.
Por fim, é importante que se entenda que os conflitos são inevitáveis ao longo da vida e que não devemos gastar nossa energia nos preocupando em evitá-los o tempo inteiro. O que nós podemos escolher é como lidar com eles.
Porém, a forma como vamos lidar com os conflitos é inerente ao nosso estado emocional, isso porque nossas reações e tomadas de decisão são, comprovadamente, mais influenciadas pelas nossas emoções do que nossa razão.
(*) Débora Spada é cofundadora da Start Empreendedor, edtech que apoia todas as etapas da jornada de uma startup.