É verdade que o mundo corporativo ainda se encanta pelos profissionais extrovertidos. Mas os quietos também têm seus poderes secretos
São Paulo – Você fala baixo, fica vermelho ou gagueja quando lhe fazem uma pergunta? Pois saiba que o mercado de trabalho precisa de você – justamente por causa dessas características, e não apesar delas.
A introversão pode ser um traço muito valioso para ter sucesso profissional, segundo Adriana Gomes, psicóloga e especialista em carreira. “Esse pode ser um grande diferencial para quem desempenha atividades de análise e planejamento, por exemplo”, afirma.
De acordo com Adriana, esse perfil psicológico tem grandes vantagens sobre o seu oposto – o extrovertido.
É claro que a “balança” da sociedade sempre pendeu, e ainda pende, para os sociáveis, empolgados e tagarelas. Culturalmente, os quietos são percebidos como inseguros e hesitantes.
“No fim, muita gente acaba pensando que o comportamento do extrovertido é o mais adequado para o mundo do trabalho”, diz o profissional de coaching Maurício Sampaio. “Mas é impossível falar em um perfil certo para o mercado”, completa.
A diversidade de comportamentos, aliás, é o que gera resultados promissores, acrescenta Adriana. “Introvertidos e extrovertidos são perfis complementares, que contribuem cada qual à sua maneira para a produtividade de um grupo”, explica ela.
Sim, o extrovertido pode colaborar muito com sua sociabilidade, entusiasmo e facilidade de comunicação – mas o introvertido não fica atrás em número de qualidades. Veja a seguir algumas delas:
1. Concentração
De acordo com Sampaio, o introvertido ganha pontos por perder menos tempo com conversas paralelas no trabalho. Graças à sua introspecção, ele tem mais facilidade para segurar o foco em suas entregas.
2. Sutileza
Imerso em sua tarefa, o profissional com esse perfil costuma capturar mais facilmente os detalhes implicados no que está fazendo. “São pessoas que tendem a fazer um trabalho mais minucioso e preciso ”, explica Sampaio.
3. Percepção
Outra grande virtude do introvertido é sua capacidade de escuta e de observação. “São hábitos em falta no mundo corporativo”, observa Adriana. Já que consegue enxergar e ouvir o outro, ele tende a fazer análises mais profundas sobre as diversas situações de trabalho.
4. Originalidade
Em equipes dedicadas à busca por inovação, o introvertido pode ser uma peça fundamental. “Ele tende a ter uma visão de mundo mais analítica e profunda, atenta a detalhes que passam despercebidos pelos outros. Por isso, consegue trazer opiniões inusitadas para o grupo”, diz Adriana.
5. Planejamento
Segundo Adriana, o introvertido tem o hábito de coletar um grande número de informações do ambiente antes de agir. Mais cauteloso e preparado, ele perde menos tempo lidando com surpresas desagradáveis – um ingrediente abundante na vida dos profissionais mais impulsivos.
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