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O que fazer se não gostei do meu curso de graduação? Posso trocar?

Você fez tudo como manda o figurino. Considerou várias opções de graduação, comparou perspectivas de emprego e de salário, fez orientação vocacional e escolheu um curso que tinha tudo a ver com seus interesses.

Então entrou na faculdade e aprendeu coisas que nunca imaginou. Inclusive, que o curso escolhido não era o ideal para você. Talvez esteja pensando até em desistir dele.

Se este é o seu caso, não está a sós. O censo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) revela o crescimento do abandono de matrícula ano a ano, chegando a 56% do total de novos matriculados .

Os cursos de Administração, Direito, Pedagogia, Ciências Contábeis, Enfermagem e Serviço Social estão com o alerta vermelho ligado por terem o maior número de desistências. Há muitas causas para isso, e a falta de identificação do aluno está entre as principais.

Saiba que esse não é o fim do mundo. Muitas vezes o amadurecimento dos nossos sonhos para o futuro não coincide com a transição entre o ensino médio e o ensino superior. Se necessário, uma mudança posterior é bem-vinda para nos encontrarmos de verdade.

Portanto, o primeiro passo é identificar os sinais de que talvez deva mudar de curso.

Sinais de que o curso não é ideal para você

Nessas horas, procurar aconselhamento profissional é muito importante para separar os sentimentos que acabam afetando sua impressão do curso daqueles sentimentos sobre a própria graduação.

Se você tem um desempenho e até uma frequência nas aulas muito abaixo da média, isso pode ser um sinal inconsciente de desinteresse. Se não consegue se ver atuando em determinada área no futuro, ou se está nela mais para agradar a pessoas próximas que a si, é normal que perca o estímulo de dar o seu melhor.

Outros sinais incluem:

  • Você vive em constante estresse;
  • O curso não era nada como o esperado;
  • Outra área despertou mais seu interesse;
  • As disciplinas são fáceis ou desafiadoras demais.

De todo modo, vale ter em mente que qualquer graduação apresentará pontos positivos e negativos. Faça uma lista deles, colocando na ponta do lápis tudo o que mais aproxima ou afasta você daquilo que buscou ao entrar no curso. Se estiver mais distante do seu sonho, é hora de considerar em qual dos três momentos a seguir você está.

Três momentos para decidir trocar de curso

O Inep também revela a porcentagem de alunos desistentes ao longo da graduação.

  • 1º ano – 10,9%
  • 2º ano – 16,7%
  • 3º ano – 10,7%
  • 4º ano – 7,2%
  • 5º ano – 6,6%
  • 6º ano – 3,5%

De um modo geral, o índice de abandono aumenta até o segundo ano de curso e depois cai gradualmente quanto mais próximo chega da formatura. O raciocínio por trás desses números é interessante e pode ajudar na sua decisão.

Primeiro ano:

Os riscos da troca de curso são menores neste momento, porque até então o investimento de tempo e de dinheiro foi menor. Em compensação, é preciso tomar algumas cautelas para não se decidir precipitadamente.

Uma delas é fazer aquela lista de pontos positivos e negativos. Também é válido procurar o máximo de informações sobre as matérias dos próximos semestres e conversar com veteranos da faculdade e até profissionais do ramo. Isso lhe dará a oportunidade de readequar suas expectativas sobre a graduação ou ir atrás de outra formação.

Segundo ano:

Este é o momento de confirmação para muitos estudantes, quando a rotina da faculdade torna-se mais intensa. É nesta hora que, se não estiverem a fim do que estudam, eles questionam seriamente se vale a pena o esforço.

A transferência de curso, ou até mesmo entre faculdades, aparece como uma solução para esses alunos. Assim não é preciso passar por um novo processo seletivo e ainda se consegue validar matérias dentro de um mesmo núcleo de conhecimento, como algumas disciplinas compartilhadas entre Jornalismo e Cinema.

A dica é ficar de olho nos prazos para dar entrada no pedido de transferência e na quantidade de vagas disponíveis.

Terceiro ano para a frente:

Embora a transferência com validação de matérias ainda seja uma opção viável, o recomeço do zero torna-se uma escolha cada vez mais delicada pelo tempo e dinheiro já gastos.

A sugestão é terminar a graduação e se redirecionar profissionalmente a partir daí. Hoje, muitas vagas de emprego aceitam profissionais formados nas mais diversas áreas, o importante é você ter as competências exigidas para atuar na função.

Sua capacidade de transferir habilidades contará muitos pontos nessa transição, assim como os cursos de pós-graduação e de capacitação que tiver no currículo.

Por exemplo, digamos que no fim do curso de Arquitetura você tenha descoberto que sua vocação na verdade fosse a escrita. Com todo o conhecimento adquirido na faculdade, teria expertise em escrever sobre o assunto e esse seria um diferencial no mercado de trabalho.

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