PhD é a abreviação para o título de Doutor em Filosofia (“Doctor of Philosophy”, em inglês ou “philosophiae doctor”, em latim). Ele é um diploma de alto nível, que pode ser obtido após um período de três ou mais anos de estudos de pós-graduação, culminando na criação, submissão, apresentação e defesa de uma dissertação ou tese de pesquisa.
Apesar do nome, que realmente pode confundir, o PhD não tem ligação direta com o curso de Filosofia. Em vez disso, ele está relacionado com um sentido mais antigo do termo. De acordo com o dicionário Michaelis, o significado principal de Filosofia é o “amor à sabedoria e ao conhecimento, através da procura permanente da verdade”. De fato, ela vem da junção de duas palavras gregas: “filos” (φίλος), que quer dizer “amor” ou “que é amado”, e “sophía” (σοφία), que exprime “conhecimento” e “sabedoria”.
Sendo assim, o PhD pode ser obtido em qualquer área de estudo, desde Medicina até Comunicação ou Direito. Nos países que usam a titulação de PhD, inclusive, é quase obrigatório possuir um diploma nessa modalidade para ser professor(a) ou pesquisador(a) em uma universidade.
Qual a diferença de doutorado e PhD?
As diferenças entre doutorado e PhD são poucas. A divergência mais palpável é o tempo de estudo: enquanto um doutorado pode demorar entre 4 ou 5 anos, um curso de PhD tem geralmente 3. Uma outra diferença, com menos impacto, é que em alguns programas de PhD os estudantes podem ter até dois orientadores, o que não é muito comum nos doutorados aqui do Brasil.
Além disso, demora mais para um estudante brasileiro chegar a um doutorado (ou PhD) do que um europeu. Enquanto os alunos e alunas do Brasil passam de quatro a seis anos na graduação e mais um ano e meio ou dois no mestrado para então chegarem ao doutorado/PhD; os europeus passam primeiro pela licenciatura, que dura três anos, depois pelo mestrado (que também são dois anos, como no Brasil), e então vão para o PhD. Sendo assim, os brasileiros demoram pelo menos seis meses a mais estudando para chegar ao doutorado.
Um doutorado, no caso brasileiro, é um dos últimos níveis de graduação que uma pessoa pode conseguir (depois dele vem apenas o pós-doutorado, que não chega a ser um curso propriamente dito). Ele é cursado entre quatro ou cinco anos após o mestrado, sendo finalizado com a apresentação e defesa de uma tese, que reflete a pesquisa desenvolvida durante o curso e deve agregar novos conhecimentos à área de estudo.
Para entrar em um doutorado nas universidades brasileiras, o processo seletivo é feito em três etapas: o envio e a avaliação de um projeto de pesquisa, a análise do currículo do(a) candidato(a), e, por fim, uma entrevista. Alguns programas de pós-graduação também podem exigir uma prova de conhecimentos e um teste de proficiência em língua estrangeira (geralmente inglês, francês ou espanhol).
No exterior, ainda existe uma modalidade diferente de doutorado, que é o doutorado profissional. Nesse caso, apesar de também envolver pesquisa, ele tem um caráter mais prático (ou aplicado), uma vez que busca desenvolver novas tecnologias ou práticas para o mercado de trabalho.
Esses doutorados profissionais têm suas próprias denominações, e não são chamados de “PhD”. É o caso do M.D., ou “Doctor of Medicine”, voltado para o que seria um doutorado em Medicina; Ed.D, na área da Educação; J.D. (Juris Doctor), no campo do Direito; Th.D em Teologia; D.B.A, na área de Administração de Empresas, e assim por diante.
Qual é a duração de um PhD?
No total, a duração de um PhD nos EUA é geralmente de 4 a 6 anos (tempo integral), mas, em outras partes do mundo, esse tempo pode ser menor, com um mínimo de três anos. Nas universidades americanas, os estudantes passam de 1 a 4 anos no estágio de aulas e, por fim, de 2 a 4 anos trabalhando na tese.
O ano acadêmico por lá consiste em dois semestres letivos: agosto-dezembro e janeiro-maio, que incluem os períodos nos quais as aulas e avaliações acontecem. A maioria dos programas de pós-graduação admite alunos no semestre de outono (ou seja, no segundo semestre do ano regular).
Quem pode fazer um PhD e qual é o processo?
Aqui entra outra diferença entre os programas de PhD no exterior e o doutorado brasileiro. No caso das universidades do Brasil, é preciso ter um mestrado para fazer um doutorado. Porém, isso não é necessário nos EUA e em outras partes do mundo. Ou seja, você pode ir direto da graduação para o PhD (e, inclusive, isso é bem comum).
O número de programas de PhD com entrada direta (direct entry, como é chamada essa prática no exterior) também tem crescido no Canadá, embora fazer um mestrado e depois um doutorado ainda seja mais comum por lá. Além disso, no Canadá também é possível começar um mestrado e, em seguida, “acelerar” ou transferir para o programa de PhD, sem precisar completar os requisitos do mestrado.
As inscrições para um PhD, no caso dos EUA, são feitas para os próprios programas de pós-graduação, e não para a universidade em geral. Porém, a forma como isso é feito pode variar de universidade para universidade.
Em alguns casos, por exemplo, você submete sua aplicação para um(a) professor(a) específico, por e-mail; em outros, você faz a aplicação em uma plataforma própria do programa de pós-graduação; e ainda existem os casos onde é preciso confirmar de antemão com o(a) docente responsável quais documentos precisam ser enviados e como. Sendo assim, você deve conferir sempre nos editais de seleção como deve ser feita a aplicação.
Há três coisas importantes a se ter em mente ao se candidatar a um PhD.
- Os processos seletivos são competitivos. Os programas têm apenas um número limitado de vagas disponíveis em cada “leva” de estudantes e vão usar o processo de inscrição para selecionar os candidatos mais promissores;
- O processo seletivo será holístico. Elementos individuais, como notas acadêmicas ou resultados de testes, desempenham um papel, mas os programas de pós-graduação estarão procurando por candidatos completos, com um potencial pessoal;
- Sua proposta de pesquisa será muito menos importante do que seria para um doutorado no Brasil. Isso ocorre porque você desenvolverá suas ideias durante o programa de PhD nos Estados Unidos.
Em suma, em vez de tentar provar sua adequação para um projeto de pesquisa, você deve tentar demonstrar que pode se envolver e se desenvolver dentro do curso.
Bolsas para PhD
É muito comum que as universidades americanas forneçam auxílio financeiro para seus alunos. Na realidade, os Estados Unidos estão entre os melhores países para se conseguir bolsas de estudo para PhD. O “preço da etiqueta” de um doutorado nos EUA pode parecer alto, mas provavelmente não é o valor que você vai pagar.
Esses auxílios vão assumir várias formas. Bolsas de estudo “full-ride”, por exemplo, cobrem taxas, custos de vida e outras despesas. Outras opções comuns incluem descontos parciais ou isenção total das mensalidades. Em geral, as universidades privadas terão mais ajuda financeira para oferecer do que as públicas (embora também tenham taxas mais altas). Você pode pesquisar alguns dos auxílios de doutorado disponíveis nos próprios sites das instituições.
Assistantships
Além de conceder auxílios diretos, é comum que as universidades americanas ofereçam vagas de assistência a seus alunos de pós-graduação. Esses cargos são, efetivamente, uma forma de emprego na universidade: você terá algumas responsabilidades em troca de um “salário” ou de isenção de taxas.
As assistantships, como são chamadas, podem ser: estágios de ensino (ensinar e orientar alunos de graduação em cursos relacionados à sua área); estágios de pesquisa (ajudar o corpo docente em suas pesquisas); estágios administrativos (trabalho administrativo para a universidade ou para o programa de pós-graduação); e fellowships, que não envolvem, necessariamente, um trabalho adicional, mas podem estar condicionadas à manutenção de um determinado padrão ou à busca de direções específicas na sua pesquisa.
Personalidades que têm um PhD
Conheça algumas celebridades e personalidades que possuem um PhD:
- Angela Merkel, chanceler da Alemanha: PhD em Química Quântica;
- Mayim Bialik, atriz de “The Big Bang Theory”: PhD em Neurociência;
- Shaquille O’Neal, ex-jogador de basquete: Ed.D. em Desenvolvimento de Recursos Humanos;
- Rachel Maddow, jornalista: PhD em Política;
- James Franco, ator: PhD em Inglês;
- Brian May, guitarrista do Queen: PhD em Astrofísica;
- Martin Luther King Jr., ativista: PhD em Teologia Sistemática;
- Miuccia Prada, diretora de design de moda da Prada: PhD em Ciência Política.
Universidade do Intercambio