Elemento estratégico para as organizações, essa foi também uma das profissões que mais teve que se adaptar à nova realidade imposta pela pandemia da covid-19.

Nesses quase 50 anos, a profissão de Recursos Humanos passou por uma série de novos desafios, mas também ganhou destaque relevante nessa fase. O responsável pela área passou a ter um olhar não apenas para performance e competências técnicas, mas mais estratégico e orientado às pessoas.

Ao mesmo tempo em que precisava manter o alinhamento aos valores da empresa, ele teve que se adaptar às demandas impostas pelas recentes mudanças no mercado de trabalho, manter os funcionários engajados, motivados e, principalmente, seguros.

 

Um dos desafios diz respeito ao uso da tecnologia numa profissão focada 100% na relação humana com o colaborador.

Sem deixar de lado o contato com as pessoas, o uso de ferramentas de inovação foi incorporado a processos que até então eram realizados de forma presencial. Na fase aguda do lockdown, o processo de recrutamento e seleção foi feito de maneira virtual.

Houve até casos de CEOs contratados sem sequer terem tido contato com a equipe presencial e ou conhecido a sede da organização. Dessa forma, habilidades como comunicação, adaptabilidade e resiliência foram estimuladas a fim de manter a sinergia, a cultura organizacional e um ambiente positivo que promovesse a motivação entre colaboradores em isolamento.

E o mesmo vale para o outro lado: a demissão realizada de forma responsável e humanizada também se fez presente e necessária nesse contexto delicado.

Além disso, vejo o uso de ferramentas tecnológicas e a automação de processos com bons olhos para permitir a concentração dos profissionais em demandas mais estratégicas e capazes de influenciar significativamente os resultados corporativos.

O RH 4.0 tem agora um aliado – a tecnologia – que passou a influenciar o trabalho na área. São ferramentas que ajudam não só no recrutamento e na seleção, mas na realização de treinamento e até na análise de dados.

Num contexto de transformação digital em curso, a implantação do home office como modelo que veio para ficar foi feita em tempo recorde nesse período, levando em conta todas as necessidades essenciais para uma boa relação entre as partes.

Com o avanço da vacinação e a volta gradual ao trabalho de forma física, eles estão tendo mais uma vez que inovar.

Do ponto de vista social, também houve bons resultados a se destacar.

Questões como diversidade e inclusão ganharam mais destaque ultimamente nas agendas das empresas abrindo portas para as contratações de mulheres em cargos gerenciais, pessoas negras, com deficiência, LGBTQiA+ e profissionais mais seniores.

No auge da pandemia, profissionais de RH também foram fundamentais na resolução de conflitos e na tomada de decisões como gestão de crise, óbitos, luto, equilíbrio mental, afastamentos, reduções salariais, intensificação de cuidados com a saúde física e mental dos colaboradores e até mesmo o controle de protocolos sanitários, ação até então inédita neste século.

Assim, fizeram parte ativamente de ações envolvendo rotinas pessoais e familiares com as corporativas. Vale ressaltar ainda que eles também vivenciaram esses tipos de questões e tiveram que manter o autocuidado.

Se por um lado os últimos dois anos significaram um período turbulento e desafiador para todos os profissionais de RH, sem sombra de dúvida, foi uma oportunidade para torná-los mais humanizados, preparados, resilientes e sensíveis para lidar com situações extremas.

Podemos considerar que houve uma quebra de paradigmas na gestão de pessoas a partir do momento em que esse especialista assumiu um papel de protagonismo na crise e demonstrou ser imprescindível não só para a sustentabilidade do negócio como para os colaboradores.

Hoje, a profissão está mais forte do que nunca.

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