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Como treinar a empatia: aprenda a desenvolvê-la e praticá-la!

Treinar a empatia é sempre uma difícil missão. Por isso, aprender a escutar melhor pode ser essencial para conviver bem com os outros. Confira!

Quando paramos um momento para avaliar como é a nossa rotina, é difícil não chegarmos à conclusão de que cada um de nós vive em uma bolha.

Afinal, em geral, convivemos sempre com as mesmas pessoas, e elas têm gostos e opiniões muito parecidos com os nossos.

Dessa forma, vamos cada vez mais nos afastando de quem tem outro estilo de vida e acabamos por não mais ouvir mais a voz de quem pensa de forma diferente.

“O resultado desse despreparo nós vemos todos os dias. Uma sociedade individualista, competitiva ao extremo e com enormes dificuldades de convívio harmônico”, escrevem o psicanalista Christian Dunker, e o palhaço e educador Cláudio Thebas, no preâmbulo do livro “O Palhaço e o Psicanalista – Como Escutar os Outros Pode Transformar Vidas” (Editora Planeta, 2019).

“Em vez de entrar com cuidado na casa alheia, pedindo permissão e perguntando, nos colocamos de forma arrogante, impondo o nosso mundo e os nossos valores.”

No livro, eles contam como podemos reverter essa situação e praticar a empatia, para genuinamente nos aproximarmos das pessoas — mesmo as que consideramos mais diferentes.

COMO NÃO ESCUTAR OS OUTROS
Thebas e Dunker listam algumas atitudes que minam a empatia.07

Fazer o clone
Acontece com quem sempre começa as respostas com “se eu fosse você…” – e lá vem um conselho que não leva o outro em conta. O problema é que, se você fosse a outra pessoa, provavelmente teria a mesma experiência de vida e estaria no mesmo dilema.

Mostrar o seu pior
Essa é clássica: alguém conta um problema, e você rebate dizendo que passou por alguma coisa ainda pior. Dessa forma, em vez de escutar o outro, você está apenas disputando o centro das atenções na conversa.

Incorporar a Pollyanna
É quem acha que qualquer problema pode ser resolvido se olharmos para ele de maneira otimista. Isso é ruim porque essa tentativa de manter o alto-astral, em vez de enfrentar o problema, desanima quem está sofrendo e quer falar mais sobre isso.

Categorizar os outros
Tem quem ache que todas as pessoas se enquadram em tipos que repetem um roteiro definido. Por isso, em vez de escutar e entender a particularidade dos seus interlocutores, essa pessoa apenas os reduz à “categoria” na qual o enquadrou.

Ser sabe-tudo
Se você tem resposta para todas as coisas, cuidado. Ao julgar saber qual é a solução para o problema do outro, você pode estar cortando a conversa com uma resposta rápida e voltando o assunto de novo para si, sem ouvir com atenção.

Fonte: “O Palhaço e o Psicanalista”

Da simpatia para a empatia
“Para escutar verdadeiramente o outro, é preciso sair da simpatia, que é uma identificação imediata, e ir para a empatia, que exige empenho para entender como o outro realmente se sente”, explica Thebas em entrevista ao Viva a Longevidade.

Para Thebas, tudo começa por escutar a si mesmo. “Fomos educados para ensurdecer a nós mesmos, não reconhecer o que sentimos. As pessoas precisam escutar o que elas mesmas pensam. Não adianta querer fazer o bem para o outro e se anular, porque assim você vai dar para o outro a sua pior escuta”, pondera.

Outro bom exercício é escutar as pessoas de maneira mais lúdica, aberta ao improviso – como faz o palhaço de rua, que mantém o humor mesmo diante das respostas mais ríspidas.

“Ser lúdico, no sentido de sentir, mais do que pensar, nos ajuda a acolher melhor o que o outro tem a dizer. Quem brinca se conecta profundamente consigo e com o outro, desarma os mecanismos de certeza e volta para aquele lugar de escuta profunda. Depois de brincar, acontece a conversa.”

Não fazer parte do mundo do outro, aliás, é uma boa chance de aprender mais sobre a vida, se pudermos trocar o julgamento pela curiosidade. “Perguntar é curativo e importante para entender as pessoas”, aponta Thebas. Ao ouvir com atenção um outro ponto de vista, temos uma boa oportunidade de enxergar as coisas sob novos ângulos, o que pode nos levar a admirar o que nos é diferente. E, dessa forma, transformar aquela distância inicial em empatia.

Dicas para sair da bolha
Convide um colega que você não conhece bem para almoçar.
Leia um livro que tenha como protagonista uma pessoa totalmente diferente de você.
Siga, nas redes sociais, pessoas que diferem de você em religião, raça e preferências políticas.
Dedique-se a um trabalho voluntário para vivenciar realidades distintas da sua.
Junte-se a outras pessoas para trabalhar em um projeto comum – pode começar pelo condomínio.
Defenda uma causa que não tenha a ver com você.

Fonte: Claire Cain Miller, correspondente do The New York Times

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