O número de matrículas em cursos de graduação do ensino superior privado aumentou 35% no primeiro semestre de 2022, aponta um levantamento realizado pela empresa de pesquisas educacionais Educa Insights em parceria com a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES).
Isso representa 23,7 mil novos alunos nas faculdades particulares do Brasil. Dentro desse grupo, os cursos semipresenciais e híbridos tiveram o maior avanço, com 43% dos novos ingressantes em comparação com o mesmo período do ano passado. Por sua vez, o Ensino a Distância (EaD) registrou crescimento anual de 22%.Os cursos presenciais também tiveram aumento em relação ao início de 2021, de 39%. O estudo também apurou que 80% da demanda se concentra em um rol de 12 cursos tradicionais e em 23 cursos da modalidade EaD.
No ranking das 10 formações mais procuradas de cada uma das modalidades, a área de Saúde continua marcando presença significativa, representando 70% entre os cursos presenciais, com destaque para Enfermagem (11,8%), Psicologia (11,8%) e Odontologia (6,8%).
No EaD, estão listados os cursos de Biomedicina (6,7%), Fisioterapia (4,9%) e Educação Física (4,6%).
Segundo o diretor executivo da ABMES, Sólon Caldas, a inadimplência dos estudantes apresentou tendência melhor que a observada em 2020 e já não representa risco relevante para as instituições de ensino neste ano. “O que importa agora é essa retomada de matrículas: percebemos que o aluno também está retomando a questão financeira, depois de adiar o início dos estudos. O que era um empecilho no início da pandemia está se dissolvendo”, afirmou.
Segundo a Educa Insights, os dados apurados reforçam a tendência de crescimento do EaD confirmada pelo Censo da Educação Superior 2020 do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que fez o levantamento até 31 de junho de 2021 e divulgou os resultados em fevereiro deste ano.A área de saúde teve destaque, com crescimento de 94% na modalidade EaD em comparação com os dados anteriores: representou 34% dos novos alunos frente aos 18% de 2018.
Na avaliação dos microdados do Censo, a consultoria destaca as matrículas nos cursos de Biomedicina, Fisioterapia e Nutrição, que tiveram a migração de modalidade mais significativa entre 2018 e 2020, com crescimento de 279%, 115% e 65%, respectivamente. Seguindo a tendência, o curso de Enfermagem passou de 19% de alunos online para 33%, avanço de 38%.Ainda de acordo com o estudo, o maior interesse por cursos não presenciais é uma consequência da pandemia da covid-19: a modalidade era considerada como opção por 40% dos futuros universitários no contexto de pré-pandêmico e se tornou uma alternativa para 78% depois desse período.
O levantamento “Observatório da Educação Superior: que cursos atraem mais os estudantes” foi realizado a partir da análise de micro dados do Censo da Educação Superior 2020 apurada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), divulgado em fevereiro, e dados de captação de alunos entre setembro de 2021 e abril de 2022 de 22 pequenas e médias instituições de ensino que oferecem cursos nas duas modalidades: presencial e EaD.
Estadão