O estudo, o primeiro no gênero, constata que o ensino técnico profissionalizante é muito próximo do ensino superior em relação à participação na força de trabalho e em menor grau em relação à ocupação e formalidade.
A grande desvantagem do EPT em relação ao ensino superior ocorre na questão dos salários e na intensidade de tarefas rotineiras (RTI), onde está mais próximo do ensino médio, embora esteja sempre melhor que este.
Outra constatação feita pelos pesquisadores é que em geral os egressos do ensino técnico profissionalizante têm menor probabilidade de trabalhar por conta-própria, tanto em relação ao ensino médio como ao ensino superior. “Porém, quando olhamos dentro dos ‘conta-própria’ que têm CNPJ, vemos que o empreendedorismo dos egressos do ensino técnico profissionalizante é de melhor qualidade que o daqueles com o ensino médio completo, por haver uma proporção maior de empreendimentos formalmente registrados entre egressos do ensino técnico. Para aqueles com ensino superior completo essa taxa é maior ainda”, diz Alysson Portela.
Procura por diploma superior é maior entre quem jovens de nível técnico do que os de nível médio
A pesquisa mostra que os egressos do EPT têm maior chance de estarem matriculados no ensino superior que os egressos do ensino médio tradicional. Segundo os pesquisadores “é possível que o conhecimento técnico e melhor inserção no mercado de trabalho, ainda quando jovem, faça com que egressos do EPT busquem complementar seus estudos adiante, ou tenham melhor condição de fazê-lo”.
O Itaú Educação e Trabalho disponibilizará esses dados e pretende divulga-los junto a instituições e governos para que, a partir dele, sejam estabelecidas políticas de educação visando atender a uma demanda crescente pelo EPT. Como normalmente são os estados que oferecem isso, o objetivo é ampliar essa discussão. Aqui abre-se também uma oportunidade para que os colégios particulares redimensionem suas vagas entre ensino médio e ensino técnico.
Revista Ensino Superior